Veruska Oliveira Fotografia: Para se reinventar no mercado, a fotógrafa Veruska Oliveira incrementa seu portfólio de serviços. |
Haroldo Costa: Fotógrafo Haroldo Costa (ao centro), é proprietário do Cine
Foto Digital, em Grajaú. O profissional encontrou na capacitação a alternativa
para manter-se no mercado.
A
atividade está em plena expansão no Maranhão. Segundo dados do Data Sebrae, o
número de empresas registradas no segmento cresceu 1.282% no estado entre 2009
e 2014.
No dia em
que se comemora do Dia Mundial da Fotografia, nada mais justo, que falarmos
daquele profissional que fica por trás das câmeras: o fotógrafo, um
profissional que tem passado os últimos 177 anos se reinventado para acompanhar
as mudanças tecnológicas e garantir a sua permanência no mercado.
Dentre os
desafios da profissão está a necessidade de usar a tecnologia como uma aliada,
tanto no que diz respeito a constante reciclagem para manuseio dos equipamentos
de última geração, quanto saber lidar com a “febre” dos smartphones.
Nesse
sentido, para se destacar como profissional da área, o desafio vai além do
conhecimento de modernas técnicas e o uso de novos equipamentos. Existe outro
lado e que diz respeito ás novas formas de produção e comercialização da imagem
e de gestão de negócios na profissão.
Atentos
para essa necessidade, cada vez mais profissionais tem buscado trabalhar a
vertente empreendedora de sua profissão. Como é o exemplo de 322 profissionais,
no Maranhão, registrados como Microempreendedor Individual (MEI), atuando no
mercado com os mais diversos tipos de fotografias: publicitárias, de estúdio,
festas infantis, fotos aéreas, submarinas, dentre outras.
EXPANSÃO.
Apesar das
facilidades da fotografia digital e dos smartfones,
a atividade de fotógrafo está em plena expansão. Segundo dados do portal
DataSebrae, o número de empresas em todos os níveis registradas como sendo do
segmento fotográfico cresceu 1.200% em relação á 2009, quando haviam apenas 23
empresas registradas no segmento.
Esse
número é ainda mais impressionante quando se trata de MEI’s, onde as atividades
fotográficas representam 0,37% dos 86.321 MEIs ativos no Maranhão e a atividade
é considerada a 44ª que mais reúne microempreendedores individuais no estado.
Para o
coordenador de soluções empresariais do Sebrae no Maranhão, Mauro Borralho, é
importante registrar que o fotografo é um empreendedor por natureza, e neste
sentido, cabe o entendimento da nova condição de empresário de si mesmo.
“Nesta
dimensão empresarial, o profissional necessita adotar mecanismos de gestão que
o possibilite atuar em conexão com as tendências do mercado, em melhoria
continua buscando sempre Inovar com foco na qualidade e eficiência do serviço
prestado, tendo por base um planejamento que contemple a sustentabilidade do
negócio no longo prazo”, disse.
“O Sebrae,
por meio de um portfólio de soluções educacionais, seja de forma presencial ou
a distância, busca potencializar a capacidade empreendedora das pessoas na
perspectiva de desenvolvimento de atividades profissionais enquanto negócios”,
completou Borralho.
PROFISSIONAL.
Uma pequena amostragem desse universo de empreendedores que tem
conseguido se reinventar e ser destaque no mercado é a fotógrafa profissional
Veruska Oliveira, que em São Luís é uma das profissionais mais requisitadas,
tendo como principal foco eventos empresarias, fotojornalismo e projetos
culturais. Em sua carreira, ela procurou apresentar em seu portfólio de
serviços, inovações para o mercado maranhense como fotolembranças, cabines
fotográficas, totens fotográficos, Selfie na Kombi (uma cabine fotográfica
móvel montada em um Kombi) e realização de projetos culturais ligados à
fotografia.
Graduada em Pedagogia pela UEMA em 2003, e a fotografia na vida da
profissional surgiu como um hobby, um meio de espairecer dos problemas que
foram surgindo ao longo da vida. “Profissionalizando-me, aprendi a fotografar
com os dois fotógrafos que considero mestres: Edgar Rocha e Meireles Júnior Em
2005, realizei meu primeiro trabalho como profissional”, contou Veruska.
Segundo
Veruska, hoje o mercado da fotografia vive um momento delicado, mas bastante
decisivo. Muitas pessoas fascinadas pelo aparente “glamour” da profissão e
apaixonados por fotografia resolvem se tornar fotógrafos da noite para o dia.
“De
início, isso desequilibra um pouco o mercado com práticas de valores muito
abaixo do que praticado pelos profissionais de fotografia já consolidados no
mercado. No entanto, muitos dos que se aventuram não veem seus negócios como
empresas, não se preparam para estarem ausentes de momentos importantes com a
família, não tem seriedade com arquivos e sigilos de clientes, não fazem
levantamentos de custos operacionais a curto, médio e longo prazo, ou seja, não
sabem o custo de um “click””, observou a profissional.
“O
resultado desse despreparo é que muitos duram pouco tempo no mercado, não
chegam a durar nem uma década, muitas vezes. Ou tem a fotografia apenas como um
“extra”. Acabam não se consolidando no mercado”, pontou Veruska.
Para se
manter no mercado, Veruska aponta algumas decisões que foram fundamentais para
que pudesse incrementar o negócio, dentre elas, a formalização como micro
empresa e a capacitação.
“Quando
iniciei fotografava apenas eventos sociais e era fotógrafa freelancer. Em 2007
formalizei minha empresa para poder começar a trabalhar com o público
corporativo. Fiz vários cursos de fotografia e participei de muitos congressos
e festivais. Em 2012 passei três meses nos estados unidos estudando fotografia
publicitária. Outro marco importante e até mais recente, foi a participação no
Empretec, realizado pelo Sebrae, onde aproveitei para analisar minhas
estratégias e metas, sendo que minha primeira decisão durante o Empretec foi
acreditar mais no meu trabalho e não desistir com alguns nãos que ás vezes
recebemos”, disse.
A
fotógrafa relata ainda que a aprovação do projeto Impressão do Silêncio no
edital da Cemar foi um resultado do Empretec. O projeto foi primeiramente
idealizado em 2011, mas devido à dificuldade de encontrar patrocinadores para o
mesmo ela acabou desistindo e buscando outras ideia. “O projeto Impressão do
Silêncio saiu da gaveta e está sendo um grande sucesso por trazer oportunidade
de inclusão para tantos jovens muitas vezes esquecidos”, complementou.
INTERIOR.
Em Grajaú,
Haroldo Costa, 60 anos, dono do Cine Foto Digital, empresa com 41 anos de fundação
e há 12 anos em Grajaú e com expansão prevista para a cidade de Balsa, é um
exemplo de profissional que tem vivenciado esse momento de transição e
reinvenção da profissão de fotógrafo.
Segundo
ele, para permanecer no mercado, a primeira medida foi buscar capacitação.
“Meu primeiro desafio foi me atualizar no sistema digital. Tive que ir me
adequando as mudanças no decorrer dos tempos, principalmente em relação a
equipamentos. Busquei cursos nacionais e internacionais para que eu não ficasse
no passado da fotografia”, relatou.
Haroldo
enfatiza que a capacitação empreendedora foi outra grande contribuição e nesse
sentido o Sebrae foi o grande parceiro. “Graças a Deus existe o Sebrae para nos
capacitar e qualificar, não somente a nós, proprietários, mas também nossos
colaboradores. Já participamos de inúmeros cursos, como: de microempreendedor,
vendas, planejamento estratégico e atendimento”, complementou.
Hoje, a
empresa de Haroldo possui seis funcionários e tem trabalhado de forma
diferenciada na região. “ Buscamos fazer o possível e impossível dentro daquilo
que o nosso cliente quer. Nosso cliente fica impressionado com a nosso trabalho
e com o que conseguimos realizar para encanta-lo”, concluiu.
Para
entender...
Como se tornar um MEI
O trabalhador conhecido como informal pode se tornar
um microempreendedor individual legalizado e passar a ter CNPJ, o que
facilitará a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de
notas fiscais.
Para
ser um microempreendedor individual, é necessário faturar hoje até R$ 60.000,00
por ano ou R$ 5.000,00 por mês, não ter participação em outra empresa como
sócio ou titular e ter no máximo um empregado contratado que receba o
salário-mínimo ou o piso da categoria.
O
MEI será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais
(Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Ele tem direito aos benefícios
previdenciários, como auxílio-maternidade, auxílio-doença, aposentadoria, entre
outros.
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