Em um dia de esperada turbulência
política, o juiz federal Sergio Moro visitará o Congresso Nacional no próximo 4
de agosto, mesma data em que o Senado deve impor mais uma derrota à presidente
afastada Dilma Rousseff e aprovar, na comissão especial, o relatório que
sustenta o impeachment da petista. Moro, no entanto, deve passar longe das
discussões sobre o futuro de Dilma: ele vai à Câmara dos Deputados debater um
conjunto de propostas para endurecer a legislação voltada ao combate à
corrupção.
Relator do chamado pacote
anticorrupção, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) se reuniu nesta segunda-feira
com Moro para formalizar o convite para o juiz inaugurar os debates sobre a
nova legislação. Ao site de VEJA, o parlamentar informou que o juiz responsável
pelas investigações da Lava Jato confirmou a presença no dia 4. “Ele fará o
primeiro depoimento da comissão e levará as suas contribuições sobre o tema.
Nós precisamos construir o maior consenso possível para que esses instrumentos
sejam eficientes”, disse Onyx.
A audiência com Moro está
prevista para ter início às 9h30, enquanto a comissão do impeachment deve
começar às 11h. Após sair do colegiado, o processo por crime de
responsabilidade tem de ser votado em plenário para confirmar o impeachment da
petista.
No próximo dia 4, os senadores
vão se debruçar sobre o parecer do relator Antônio Anastasia (PSDB-MG), que
tende a responsabilizar Dilma por irregularidades fiscais durante sua gestão.
Apesar de a petista ter tido sua campanha abastecida com dinheiro de caixa dois
pago pelo lobista Zwi Skornicki, réu na Lava Jato, conforme afirmou o
ex-marqueteiro João Santana em acordo de delação premiada, as implicações do
petrolão não devem constar no parecer final.
A poucos metros dali, por outro
lado, a comissão que terá a participação de Moro deve discutir, entre outros
pontos, justamente medidas para coibir o caixa dois. O pacote em análise prevê
a criminalização da prática e a responsabilização dos partidos políticos pela
movimentação paralela à contabilidade exigida nas regras eleitorais. O esforço
é para que as medidas sejam aprovadas ainda neste ano pela Câmara dos
Deputados.
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