Em menos de cinco minutos, o PMDB
aprovou há pouco, por aclamação, a moção que ratifica o rompimento do partido
com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), com a recomendação de entrega
imediata dos cargos no governo federal. No encontro, na Câmara dos Deputados,
estavam presentes vários caciques do partido, incluindo o presidente da Casa,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que acatou o pedido de impeachment contra Dilma,
avaliado por uma comissão de parlamentares. No entanto, o vice-presidente
Michel Temer (PMDB) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não
participaram da reunião.
Logo após abrir os trabalhos, o
primeiro vice-presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), leu a moção do
peemedebista baiano Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Integração Nacional, e
informou que havia um entendimento que ela fosse aprovada por aclamação e
simbólica, o que ocorreu em seguida. Após a comemoração dos presentes, um grupo
gritou, em coro, “Brasil, pra frente, Temer presidente” e Jucá emendou. “A
partir de hoje, nessa reunião histórica, o PMDB se retira da base e ninguém no
País está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do PMDB”. Juca
encerrou o encontro com um “Viva o Brasil” e membros do partido ainda tiveram
tempo para entoar um “Fora PT”.
Henrique Alves foi o primeiro
peemedebista a abandonar o governo, após pedir demissão da pasta nesta
segunda-feira Mauro Lopes já chegou a
confidenciar: "Se o PMDB deixar o governo, a decisão sobre continuar no
cargo é minha" Marcelo Castro era
favorável a permanência da sigla como aliada do gestão Dilma Filho do senador Jader Barbalho pode usar
leilão de portos do dia 31 para permanecer na pasta ao menos até lá Assumidamente socialista, a atriz é
defensora do Movimento dos Sem Terra e faz parte da ONG Movimento Direitos
Humanos. Em vídeo publicado faz pouco tempos nas redes sociais, ela considerou
que o atual governo está sendo vítima de um "golpe".
Apresentada pelo diretório
estadual da Bahia, a moção que aprovou o desembarque do PMDB do governo pede a
"imediata saída do partido da base de sustentação do governo Dilma
Rousseff", com "imediata entrega de todos os cargos", mas não
estabelece prazo para entrega desses postos.
Na moção, aprovada por aclamação
em uma reunião que durou menos de cinco minutos, o partido defende o
desembarque do governo Dilma Rousseff, elencando uma série de problemas. Entre
eles, as crises "econômica, moral e política" que, na avaliação do diretório
estadual baiano, o Brasil vive e as "escolhas erradas nas ações do governo
federal".
A legenda também considera que,
embora Michel Temer seja vice-presidente da República, o partido "nunca
foi chamado para discutir soluções econômicas ou políticas para o País".
No documento, a legenda cita ainda "escândalos de corrupção" que
tiveram participação de integrantes do governo, sem especificar que escândalos
são esses.
Os peemedebistas afirmam que a
"permanência do PMDB na base do governo fomentará uma maior divisão do
partido". Essa divisão ficou explícita na própria reunião de hoje.
Peemedebistas da ala governista, como o líder do PMDB na Câmara, Leonardo
Picciani, não participaram do encontro.
Na moção, o PMDB considera ainda
que a manutenção do partido na base aliada do governo Dilma Rousseff vai
"de encontro à pretensão" da legenda de lançar candidato próprio na
eleição presidencial de 2018 e "principalmente, o anseio do povo
brasileiro por mudanças urgentes na economia e política nacional". O partido
não cita a palavra impeachment no texto.
"Solicitamos a imediata
saída do PMDB da base de sustentação do governo federal com a entrega de todos
os cargos em todas as esferas da administração pública federal", conclui o
texto da moção aprovada. Leia íntegra da Moção.
"Moção N 001/2016.
A Sua Excelência o Senhor
Michel Temer
Presidente da Comissão Executiva
Nacional do PMDB
Senhor Presidente,
Considerando que o Brasil sofre
uma das mais graves crises econômica, moral e política de sua história;
Considerando que a crise é
resultante, principalmente, de escolhas erradas nas ações do Governo Federal; Considerando
que o PMDB, embora tenha o Vice Presidente da República e formalmente participe
da base do governo, nunca foi chamado para discutir soluções econômicas ou
políticas para o país;
Considerando as graves denúncias
de participação de integrantes do Governo Federal em escândalos de corrupção; Considerando
que as bases e a militância do PMDB já não concordam integrar o governo da
Presidente Dilma Rousseff;
Considerando que a permanência do
PMDB na base do governo fomentará uma maior divisão no partido; Considerando
que a manutenção do PMDB no governo vai de encontro à pretensão do partido de
lançar candidato próprio na eleição presidencial de 2018;
Considerando, principalmente, o
anseio do povo brasileiro por mudanças urgentes na economia e na política
nacional; Solicitamos a imediata saída do PMDB da base de sustentação do
Governo Federal, com a entrega de todos os cargos em todas as esferas da
Administração Pública Federal.
Delegados do Diretório Estadual
do PMDB da Bahia."
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